Gerencialismo
O gerencialismo é um modelo de administração pública que surgiu com a necessidade de uma reformulação do papel do Estado na sociedade, visto que a reforma burocrática já não atendia mais as necessidades e demandas da sociedade atual. Segundo Bresser-Pereira (2006) a administração pública gerencial iniciou no mundo todo como consequência da crise ocorrida nos anos 80 e da necessidade de globalização da economia mundial fazendo com que os países buscassem ser inseridos na lista de economias internacionalmente competitivas. Um dos maiores precursores desse modelo de administração foi a Inglaterra com a ex-primeira-ministra Margaret Thatcher que estabeleceu um modelo de gestão baseado nas características do setor privado. No Brasil, foi possível observar que o primeiro indício do gerencialismo se deu em 1967 com o Decreto-lei nº 200 que buscava a descentralização do Estado, transferindo para a administração indireta a função de produzir bens e serviços. Entretanto, foi somente em 1995, com a instituição do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, que a reforma gerencial se viu eminente no contexto brasileiro que se via num momento de expansão e transformação em Estado Social (BRESSER-PEREIRA, 2009), buscando um Estado mais eficiente, flexível e descentralizado. PROJETO POLÍTICO A vertente gerencial, segundo Paes de Paula (2005), se baseou essencialmente nas recomendações de duas correntes para elaboração do seu projeto político: a do ajuste estrutural e a do movimento gerencialista. A primeira trata do conjunto de condicionalidades econômicas, financeiras, políticas e ideológicas exigidas, propostas e requeridas pelas agências financeiras multilaterais, produzidas e ancoradas nas proposições dos países cêntricos do capitalismo mundial no Consenso de Washington. Já a segunda trata da reorganização e reestruturação do aparelho do Estado com maior ênfase e foco na eficiência administrativa, a partir de técnicas gerenciais utilizadas no setor privado.