Gerando novos consumidores
De acordo com o Censo Demográfico de 2.000, a participação das crianças na população estava em 29,60%. Em 1980 era de 38,24%. Associado a isto, temos acompanhado uma significativa diminuição na taxa de natalidade do brasileiro nos últimos vinte anos.
Muitas podem ser as prováveis causas da acentuada queda destes índices. Entretanto, descobrí-las com precisão não parece ser tão relevante para o mundo dos negócios como o entendimento do que mudou no papel da criança como parte do processo de compra da família, pois vem acontecendo uma mudança substancial na influência e na participação dela nos processos de compra.
Se por um lado temos menos crianças, por outro elas estão cada vez mais participativas nos processos de decisão de compra das famílias das quais fazem parte. Elas hoje iniciam muito cedo suas vidas de consumidoras.
Segundo James Mcneal (1992;9), o aspecto consumidor de uma criança tem início a partir do momento em que ela começa a conseguir manter-se sentada em seu carrinho de bebê e, assim, acompanhar seus pais em suas compras.
Há dez anos, segundo estudo realizado em 2.003 pelo InterScience, apenas 8% das crianças influenciavam fortemente seus pais na decisão de compra. Hoje, 49% participam deste processo de forma intensa e, segundo este mesmo estudo, daqui a dez anos, este índice será de 82%. Menos crianças, mas crianças com um poder de influência cada vez maior nos processos de compras dos adultos à sua volta.
Contudo, as crianças não exercem apenas o papel de influenciadoras. Também representam um importante mercado, quando gastam o próprio dinheiro, fruto de sua “mesada”, na compra de produtos e serviços. Este é um mercado de alguns bilhões de dólares em todo o