Geografia
O combustível do futuro ou uma ameaça à humanidade?
Um gelo que queima. Esta seria a primeira descrição da combinação cristalina entre moléculas de metano e moléculas de água, encontrada em regiões profundas do oceano. Os hidratos de metano já são considerados, pelos cientistas, a principal fonte de energia para o século XXI. A exploração pode, entretanto, provocar a liberação destes gases e causar o maior efeito estufa já visto no planeta.
No início deste ano, a Japan National Oil Company começou a construção da primeira plataforma para extração de hidratos de metano do fundo do már Cáspio. Diversas empresas norte-americanas já investem milhões de dólares na pesquisa para a tecnologia de extração de metano do fundo do mar. Embora o material seja abundante, a extração não é um processo fácil: esta mistura cristalina é muito instável; vários acidentes já aconteceram, na tentativa de encanar este gás. O U.S. Geological Survey (USGS) estima que a quantidade de metano hidratado existente somente nas águas norte-americanas chegam a 600 trilhões de metros cúbicos de gás, suficiente para abastecer toda a nação (EUA) por mais de 2000 anos!
Antes de 1970, ninguém sabia que hidratos de metano existiam no fundo do mar, embora estes hidratos não sejam raros: pelo contrário, eles estão por toda a parte. Estudos recentes indicaram a presença de grandes depósitos submarinos de hidratos de metano em praticamente todos os oceanos, incluindo o litoral brasileiro!
Mais de 50% de todo o carbono existente no planeta está no fundo do mar, sob a forma de hidratos de metano. É mais do que todas as reservas de materiais fósseis, todos os seres vivos e todas as minas de carvão somadas.
O "gelo de metano", como também são chamados os hidratos deste gás, formam-se naturalmente nas regiões profundas, de alta pressão e baixa temperatura, do oceano, mas geralmente fica enterrado sob o sedimento marino. O Golfo do México é um dos poucos lugares one