Geografia
As interrelações entre Estado e economia cobrem diversas áreas de interesse e são de uma variedade tal que desafiam os analistas de diversas disciplinas em qualquer país.
Além disso, sua complexidade sugere que as análises adotem abordagens parciais, cobrindo aspectos específicos. Com o risco de deixar de lado faces importantes dessa questão, este capítulo destaca temas no âmbito do que se poderia chamar de macroeconômicos, com foco no Brasil e em comparações com outros países. Assim, ele discute aspectos como os da evolução de médio e longo prazo do nível de atividade, da governança, da presença do
Estado na economia conforme representada pela evolução dos gastos e receitas públicas, e do investimento em capital fixo, com foco no Brasil e em comparação com outros países, dada a prioridade atribuída ao crescimento econômico e às comparações internacionais nessa exposição.
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O Brasil vem há quase duas décadas implementando reformas institucionais de cunho econômico, político, social, jurídico e administrativo com reflexos inegavelmente positivos na atividade econômica, na área social e no exercício da cidadania. É possível contestar a velocidade e o alcance dessas reformas, mas não a direção para a qual a maioria delas aponta. Nesse período de pouco menos de vinte anos o país avançou no aprofundamento do regime democrático, reformou instituições e tem conseguido com êxito traçar uma trajetória que separa um modelo de desenvolvimento voltado para dentro, com pouca preocupação com a eficiência e fortemente intervencionista, para outro. Este, mais aberto, onde o papel do Estado é menos o de produtor direto de bens e serviços e mais o de provedor de serviços básicos para a população e regulador da atividade econômica.
Essa tendência está de acordo com as observadas em diversos outros países. Como neles, as reformas são, essencialmente, uma resposta à necessidade de melhorar a eficiência do setor público nos