GEOGRAFIA
As pesquisas relacionadas à morfodinâmica originaram-se a partir da inserção da teoria sistêmica nos estudos geomorfológicos, com a proposta de Chorley (1962). No Brasil, esta abordagem tornou-se bastante disseminada e aplicada a partir dos estudos desenvolvidos por Tricart (1977).
A morfodinâmica depende da interação entre o clima, a topografia, o solo, material rochoso e a cobertura vegetal. Dentre estes fatores, a vegetação possui um papel de extrema importância; o de impedir a ação dos fenômenos erosivos, sobretudo em regiões onde a mesma se apresenta bem conservada (TRICART, 1977).
Segundo a proposta de Tricart (1977), existem três diferentes meios considerando a morfodinâmica:
Meios estáveis: são caracterizados pelo predomínio da pedogênese sobre os processos erosivos. Neste meio, a cobertura vegetal atua impedindo o desenvolvimento dos processos mecânicos capazes de gerar dissecação. Tricart denomina este fenômeno como fitoestabilidade, levando em consideração o importante papel da vegetação na morfodinâmica (CASSETI, 1991).
Meios fortemente instáveis: neste momento o predomínio é da morfogênese. Este fenômeno pode resultar de flutuações climáticas e efeitos tectônicos ao longo do tempo geológico, ou de intervenções humanas na escala de tempo histórica. Para estes meios a pedogênese torna-se nula ou incipiente (CASSETI, 1991).
Meios intergrades: caracteriza-se como um meio transicional. Segundo Casseti (1991), refere-se ao estado de modificação do sistema fitoestável antes de ultrapassar o limiar de recuperação, proporcionando a possibilidade de restauração ou de transformar-se em um meio fortemente instável permanentemente.
O princípio da morfodinâmica estabelece como base o balanço entre morfogênese e pedogênese, para determinar o grau de instabilidade paisagística. Assim, o balanço morfogenético é estabelecido pela relação entre os componentes (perpendicular e paralelo). O perpendicular representa a ação da