Geografia
Imagem representativa da natureza visível, o mapa é a construção mais lógica e rigorosa do mundo das imagens.Há, contudo, quem pense que ele é obra apenas de especialistas e de acesso restrito a poucas pessoas.Por isso, ao longo da história, ele tem sido objeto de usos dos mais diversos, sobretudo, no campo político e militar. Não é, portanto, de estranhar que o mapa, também, serve para fazer a guerra. Porém, sua maior utilidade é para promover a paz, diminuir a discórdia e informar a todos os cidadãos indistintamente sobre a especificidade do território em que eles habitam. O mapa tem, portanto, várias dimensões e, entre elas, a que mais inibe as pessoas quanto ao seu uso e leitura, é a sua dimensão técnica. Ora, quaisquer que sejam os recursos tecnológicos utilizados na sua realização – se desenhados à mão ou assistidos por computadores segundo os recursos da cartografia multimídia interativa
– o procedimento metodológico é um só: o respeito irrestrito aos meios e às regras de construção gráfica, ou seja, à abordagem semiológica da representação gráfica segundo é mostrado por Jacques Bertin há quese meio século.
Além de instrumentos práticos de localização e orientação, os mapas sempre foram importantes fontes de poder. No império romano, assim como na maioria dos impérios centralizados da Antiguidade, a cartas cartográficas foram fundamentais para organizar os deslocamentos dos exércitos, calcular as distancias terrestres, facilitar as viagens entre as regiões dominadas e manter o controle do Estado sobre elas.
Entre os séculos XV e XVI, os mapas e as preciosas informações geográficas que eles continham eram considerados segredos de Estado em muitas das cortes européias. O caráter estratégico dos mapas está presente também na atualidade. Por meio da cartografia as Forças Armadas organizam estratégias e táticas de combate.
Yves Lacoste, importante geógrafo francês,