GEOGRAFIA E ARQUEOLOGIA B BLICAS
Prof. José Sanches Vallejo Neto
Introdução: Até o século XIX, o estudo da Bíblia sofreu limitações decorrentes da quase total ausência de informações históricas extrabíblicas sobre os fatos narrados na Bíblia. Os relatos das peregrinações cristãs datadas, aproximadamente, do séc. IV, constituem a única fonte de infor mação sobre sítios arqueológicos bíblicos até esse século, quando teve início a moderna exploração histórica na Palestina. Com as descobertas proporcionadas por es cavações arqueológicas, foi possí vel compor um quadro geral mais nítido de todo o mundo antigo con temporâneo da história de Israel e do cristianismo primitivo, isto é, desde a civilização sumeriana, da qual saiu Abraão, até à época do helenismo e do Império Romano, em que se expandiu o Evangelho. Vários são os aspectos pesqui sados pela arqueologia - desde a construção de edifícios e confecção de vestuário, até a organização militar, administrativa, polí tica, religiosa e comercial. Os meios de transporte, as armas e u tensílios, a educação, o lazer, as profissões e ofícios, os meios de subsistência, a estrutura urba na, sanitária e viária, a escrita e as artes - tudo concorre para formar esse imenso pano de fundo, contra o qual se pode assistir com maior nitidez ao desenrolar da história relatada nos livros bíblicos. A partir de escritos preserva dos em tábuas de pedra e barro, em hieróglifos ou em caracteres cuneiformes, foi possível uma com preensão mais clara de como os ju deus e os povos com os quais coexistiram pensavam e agiam, como se vestiam, de que se alimentavam, que deuses cultuavam, quais os seus ritos, sua filosofia, suas artes, como guerreavam ou esta beleciam tratados de paz. Restaurar todos esses elementos, no grau em que foi possível, signifi cou restabelecer todo um conjunto de símbolos, um sistema de significação que permitiu compreender melhor as inúmeras metáforas, a rede de sentidos figurados em que se tece a linguagem da Bíblia.