Geografia Soledade
Desde o abandono e destruição da Redução de São Joaquim, em 1637, até o início do século seguinte, a região de Soledade permaneceu querência de índios selvagens.
No século XVIII, durante a fase áurea do desenvolvimento econômico e cultural dos Sete Povos das Missões, a região de Soledade voltaria a interessar às missões jesuítas. Da experiência anterior da Redução de São Joaquim, ficou guardada a memória dos ricos ervais existentes na serra que divide as águas dos rios Jacuí e Taquari. A erva-mate era o sustentáculo econômico dos Sete Povos, o principal produto a que dispunham os jesuítas para comercializar em Buenos Aires.
Pelos meados de 1716, os índios missioneiros começavam a freqüentar a Serra do Botucaraí para o fabrico da erva. Vinham emcarretas e acampavam em locais definidos a cada povo e somente retornavam com seus carros carregados depois de muitos meses de trabalho.
Espalhou-se também a notícia de que na Serra do Botucaraí havia minas de ouro e prata exploradas pelos padres da Companhia de Jesus. Motivado por tal notícia, Francisco de Brito Peixoto, capitão-mor de Laguna, organizou uma frota composta pelos melhores elementos que dispunha. Tudo inútil, pois o "ouro e a prata" a que se referiam eram os grandes ervais que os jesuítas exploravam junto à Serra do Botucaraí.
A exploração e cultivo de erva-mate prosseguiu mesmo após a expulsão dos jesuítas e passado um século, nada mais restando das rancharias e capelas dos índios, a velha estrada das carretas