Bacharelando
BELÉM – PARÁ
O presente artigo sobre a importancia do Cemitério da Soledade de Belém, de autoria do Prof. Mário Barata, foi publicado em 29 de dezembro de 1963, no jornal "A Província do Pará" na época em que cemitério estava ameaçado de ser desmanchado e extinto.
O Poder Público pretendia utilizar-se dos terrenos do velho campo santo, a fim de fazer ali crescer alguns edifícios. Ameaçava destruir o Cemitério da Soledade, pondo abaixo seus mausoléus, onde repousam distintos paraenses que ajudaram no engrandecimento da história do Pará. Homens de uma raça hercúlea, quase divina, que desbravaram a selvagem e praticamente impenetrável floresta amazônica, naquele ano de 1963 estavam ameaçados pelos que os sucederam. Os belos monumentos que lhes davam o justo repouso, reduzidos a nada em nome de um progresso cego e dissociado de expressão cultural.
O presente artigo foi um dos responsáveis pelo movimento de preservação do antigo Cemitério que, logo a seguir, menos de um mês depois, em 23 de janeiro de 1964, foi finalmente tombado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, sendeo preservado da cobiça inescrupulosa.
Embora o artigo tenha por base o problema de sua então possível extinção, não deixa de ter sua importância sob análise histórico-artística, o que me fez trazê-lo novamente à luz para os admiradores da arte sepucral de outrora. Acrescento a ele algumas imagens que fiz recentemente, em janeiro de 2006, 42 anos depois de seu tombamento.
Carlos Eduardo de Almeida Barata
VALOR URBANÍSTICO DO CEMITÉRIO DA SOLEDADE
BELÉM – PARÁ
Mário Barata
Crítico e historiador de arte, jornalista, professor e escritor. Secretário geral da AICA, professor da EMBRA e do curso do Museu Histórico Nacional, de 1952 a 1962. É autor de dezenas de monografias, ensaios e textos de apresentação. Vice-Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
Uma cidade que cresce não se