Genes Transgênicos
Tal tecnologia abre possibilidades de progressos sensíveis na produção de matérias-primas agropecuárias e alimentos. Duas linhas distintas de benefícios estão em andamento:
os ganhos de eficiência, pelo aumento de produtividade e redução dos custos de produção; a melhoria da funcionalidade do alimento, ao dotar as commodities de atributos específicos de interesse dos consumidores ou das indústrias alimentar (humana e animal) e farmacêutica. Esta segunda família de produtos traz a extraordinária perspectiva de diferenciação das commodities, que poderão, por causa de suas características intrínsecas, atender a novos e múltiplos segmentos de consumidores.
Estima-se que o cultivo de produtos transgênicos no mundo tenha atingido 30 milhões de ha em 1998, o que eqüivale a quase toda a área agrícola hoje cultivada no Brasil. O seu mercado deverá atingir US$ 3 bilhões em 2000 e US$ 25 bilhões em 2010. Nos Estados Unidos, quase 50 espécies de plantas já contam com cultivares transgênicos e este ano cerca de metade da área de milho, soja e algodão daquele país será plantada com estes produtos.
Como diferentes temas estão em jogo na questão dos transgênicos, o Brasil optou até o momento pela confortável posição de ficar em cima do muro enquanto a briga avança. Acredito, porém, que é chegada a hora de avaliar estrategicamente a nossa ação futura, iniciando pela correta tomada de posição ante as verdadeiras questões.
A primeira questão diz respeito à avaliação dos riscos ao meio ambiente (biodiversidade) e à saúde humana. Nesta área, o País já avançou positivamente com a criação, em 1995, da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que tem realizado um trabalho de