Gatos Pretos
associado às bruxas por superstição. Acreditava-se que as bruxas podiam transferir seus
espíritos para gatos, então acreditava-se que todas as bruxas tinham um gato.
O gato era tido como “um espírito familiar” e muitos eram mortos quando se suspeitava serem
uma bruxa. Os druidas também tinham os gatos como animais sagrados, acreditando terem eles
sido seres humanos transformados em gatos como punição por algum tipo de perversidade.
Representavam portanto seres humanos encarnados, espíritos malvados, ou os “espíritos
familiares” das bruxas.
A cor do gato originalmente não era um fator importante. Embora o gato preto fosse o mais
perseguido. Na Idade Média, quando se acreditava que os felinos, devido a seus hábitos
noturnos, tinham parte com o demônio – e se o bichano era da cor negra, habitualmente
associada às trevas, pior ainda para ele. Assim, no imaginário medieval, o gato preto tornouse
tão inseparável da mística figura da feiticeira quanto a vassoura voadora.
No século XV, o papa Inocêncio VIII (14321492) chegou a incluir o pequeno animal na lista de
perseguidos pela inquisição, campanha assassina da Igreja Católica contra supostas heresias e
bruxarias.
A perseguição atingiu seu auge na Inglaterra do século XVI, época de repentino aumento da
população felina nas cidades. Consta que, certa noite de 1560, em Lincolnshire, um gato preto foi
ferido à pedrada. Encurralado, ele refugiouse na casa de uma velhota que costumava dar
abrigos a gatos de rua. No dia seguinte, a velhinha também apareceu ferida – o que fez o povo
local concluir que ela era uma bruxa e o gato preto, o seu disfarce nocturno. Nessa tentativa de
combater o paganismo, a Inquisição inverteu uma tradição milenar, pois os gatos eram
reverenciados como divindades, principalmente entre os antigos egípcios. Na França, a
perseguição