Fé e razão

TENSÕES ENTRE FÉ E RAZÃO

Considerando a fé como fenômeno psicológico, entramos numa discussão que nos remete à reflexão de que, neste contexto, deparamos com uma realidade que é a tensão gerada entre fé e razão.
Enquanto a razão preconiza o entendimento, no sentido de faculdade cognoscitiva intelectual, a fé transcende ao cognitivo e vai em direção ao essencial.
Daí a compreensão de que a razão aqui referida, sem entrarmos nos meandros filosóficos, significa algo objetivo, e a fé, enquanto manifestação do sentimento, é subjetiva.
Portanto, a razão diante de uma experiência de qualquer natureza, busca explicação que justifique sua existência. Por outro lado, a fé, por si só, basta. Não exige nenhuma explicação; apenas depende da aceitação. O ser superior ouve a petição do crente e responde de forma miraculosa.
A resposta fiducial tem como conteúdo básico o mistério; é algo que foge da compreensão racional, não carece de explicação, basta ser sentida e aceita. Mas, embora sendo sentido, ela emerge da essência do ser, está contida no espiritual.
O homem, pela sua racionalidade, tem dificuldade de aceitar o inexplicável que está no mundo do desconhecido; e o desconhecido assusta. Diante do desconhecível, o ser humano sente-se débil. A debilidade tanto o incomoda que precisa urdir explicações para o alívio das tensões. Mas, como tais explicações não são racionalmente convincentes, pois criadas a partir de fantasias fóbicas, resulta como consequência a ansiedade que, reprimida pelo ego, por meio de mecanismos de defesa, cria tensões psicológicas que, por muitas vezes, desembocam no conformismo, no espiritualismo ou no ceticismo.
Porém, no contexto desses aspectos extremados, encontramos a realidade de que a compreensão dos fenômenos espirituais perpassa por veredas conflituosas, uma vez que a aceitação implica em harmonizar os valores espirituais, anímicos e racionais, pois depende da aquiescência de um ser total. E isto é um fato psicológico. É a busca da