Fungos em frutas secas
As frutas secas importadas encontradas nas prateleiras de supermercados podem esconder riscos à saúde do consumidor. Uma avaliação da qualidade desses produtos, realizada pela engenheira de alimentos Beatriz Thie Iamanaka, para dissertação de mestrado apresentada na Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, identificou a presença de fungos em boa parte das amostragens, mesmo estando dentro do prazo de validade. O trabalho revelou que as frutas com maior incidência de fungos e toxina, foram o figo e a uva-passa escura. Tâmaras e ameixas também apresentaram contaminação, mas em níveis menores. As frutas secas que não acusaram nenhuma contaminação por fungos e micotoxinas foram o damasco seco e a uva-passa clara.Beatriz fez uma extensa pesquisa com uvas-passa escura e clara, ameixas, figos, damascos e tâmaras. Os produtos eram provenientes da Argentina, Tunísia, Turquia, Chile, Espanha, Irã e Estados Unidos. A idéia foi avaliar a qualidade desses produtos que estão sendo comercializados no Brasil, e verificar os fungos mais comuns e sua capacidade para produção das toxinas ocratoxina A e aflatoxina.
Os efeitos danosos ao organismo humano e de animais decorrentes da ação das micotoxinas não são agudos, mas crônicos. Sua ingestão em quantidades significativas pode causar, em longo prazo, problemas renais, no caso da ocratoxina, e problemas hepáticos, no caso das aflatoxinas. Em animais, estudos apontam para o efeito cancerígeno. Por isso, a engenheira defende a necessidade de cuidados especiais para a manutenção da qualidade das frutas importadas, principalmente no caso da uva passa. Geralmente elas são consumidas in natura. “O ideal seria que o país tivesse uma legislação pertinente, com limites seguros de ingestão de cada micotoxina. Um controle mais acurado e o monitoramento da qualidade desses produtos também seriam procedimentos adequados”, sustenta Beatriz.Segundo a engenheira, em 2005 a Comunidade Européia elaborou