Fundamentos filosóficos da educação
Para Rousseau a criança deve apreender através dos desafios diários e até dos perigos, os pais ou cuidadores não devem poupá-las dos perigos cotidianos, que servirão de fortalecimento. Se a criança faz as coisas por si mesmo, dependerá menos dos outros, será mais autônoma. Ele condena a educação que coloca um monte de conhecimentos e compromissos para a criança no presente, com vistas a um futuro melhor, tornando-a triste hoje. Trazendo para os nossos dias, poderíamos exemplificar com a idéia que os pais tem de colocar os filhos em aulas de várias línguas pensando em seu futuro profissional. Para Rousseau isso é crueldade. Ele diz: “Porque encher de amarguras e dores esses principiantes que a natureza lhes dá; desde o momento que possam sentir os prazeres de serem, fazei com que dele gozem; fazei com que, a qualquer hora que Deus as chame, não morram sem ter gozado a vida. Para ele é importante respeitar os desejos da criança, sem imputar-lhe demasiadas correções: “[...] é preciso considerar o homem no homem e a criança na criança.” Ele defendia uma educação com liberdade, mas uma liberdade com regras, construída no processo educativos e não simplesmente impostas. “A proposta educacional de Rousseau, expressa no livro Emílio ou da Educação, parte do principio de que a sociedade corrompe o ser humano desde a tenra infância. A educação natural dispensa os castigos artificiais; as ações das crianças sempre geram algum tipo de conseqüência. Por exemplo, a criança que não come, sente a dor conseqüente da sua ação: a fome. Contrariando o princípio de Rousseau, nos nossos dias é comum vermos os adultos castigarem uma criança por não comer; essa ação distancia-se da educação natural, porque ela acaba por comer pelo fato de os adultos quererem que elas comam e não por sentirem a necessidade de se alimentar.
Rousseau defendeu a criança como sujeito e preconizou a concepção de que ela era um ser com características próprias em suas potencialidades, idéias e