Fundamentos da semiótica Peirceana
Claudio Manoel de Carvalho Correia (PUC-SP) http://www.filologia.org.br/ixfelin/trabalhos/doc/38.doc INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo apresentar um resumo de algumas das teorias desenvolvidas pelo filósofo-lógico-matemático norte-americano Charles Sanders Peirce, que são fundamentais para o entendimento das características e especificidades de sua ciência Semiótica, enquanto uma filosofia científica da linguagem, cujo objetivo é a análise da ação e da atividade dos signos.
Irei, dessa forma, apresentar alguns princípios e conceitos essenciais que fundamentam a Semiótica, cujo alto grau de abstração, generalização e sistematização teórica nos permite a aplicação em diversos e distintos sistemas de linguagem, e a observação da natureza e constituição em signos dos sistemas de linguagem.
Para a apresentação desses conceitos altamente abstratos, os subitens deste trabalho estão organizados com o objetivo de primeiramente apresentar o conceito de signo e de semiose, e as relações entre os elementos que compõem signo; posteriormente serão apresentados os princípios que dão status de ciência à semiótica e as características de seu objeto de análise; a partir desse ponto, irei dissertar sobre algumas teorias que descrevem as relações entre os correlatos do signo como responsáveis pelo crescimento e evolução dos processos semióticos.
A partir da apresentação dessas definições, creio estar fornecendo algumas chaves para o entendimento dos princípios e fundamentos que constituem as bases da Semiótica Geral de Peirce e, assim, fornecer alguns caminhos para a observação dos complexos processos de linguagem e de mediação.
A TEORIA DO SIGNO, SEMIOSE E SIGNIFICAÇÃO
Em fins do século XVII, a palavra grega semeiotiké foi introduzida na filosofia por John Locke (1632-1704) filósofo empirista inglês, como a designação para a doutrina dos signos em geral; doutrina postulada em seu Essay on Human Understanding, datado de 1690.