Fundamentacao da metafisica dos costumes
Por fundamentação de uma metafísica dos costumes, Kant pretende estabelecer as condições de possibilidade de uma Lei Moral Universal dirigindo a ação do homem emancipado que manifesta sua autonomia a partir da razão pura prática que identifica condições a priori de sua vontade.
Para entendermos como ele fundamenta essas condições, dividiremos a análise de acordo com as partes do texto desenvolvido pelo próprio Kant, ou seja:
• Prólogo ou Prefácio
• Primeira Seção: Transição do conhecimento moral da razão comum para o conhecimento filosófico
• Segunda Seção: Transição da filosofia moral popular para a metafísica dos costumes
• Terceira Seção: Transição da metafísica dos costumes para a crítica da razão prática pura
Prólogo ou Prefácio
É no prólogo que Kant apresenta seu projeto de identificação e estabelecimento do princípio supremo a priori da moralidade humana, justificando-o e definindo tanto o tema quanto a estrutura e o método a serem utilizados.
A partir da divisão que se faziam da antiga filosofia grega, Kant identifica os princípios pelos quais cada uma das divisões se baseava a fim de justificar seu projeto. Ele começa postulando que todo conhecimento racional ou é material ou é formal, isto é, ocupa-se dos objetos ou da forma que a razão, em si mesma, pode conhecer-los; independente deles.
A Filosofia Material se ocupa, na divisão da antiga filosofia grega, da Física (ocupando-se dos objetos materiais e das leis que os regem) e da Ética (ocupando-se das leis que regem a liberdade e o agir humano). Por sua vez, a Filosofia Formal se ocupa da Lógica.
A Filosofia Material possui uma parte empírica tanto se tratando da Física quanto da Ética; ambas às voltas de como a natureza é afetada pelas Leis da Física assim como a natureza afeta a moralidade humana. A Física trata de como as coisas “acontecem” e a Ética de como elas “deveriam acontecer”. Essa parte empírica dessas ciências baseia-se em