Funcionalização NTC
INTRODUÇÃO
Os nanomateriais, em geral, são muito importantes porque se diferenciam de forma dramática dos seus precursores “bulk”. As propriedades destes materiais são determinadas pelo tamanho e pela morfologia, originando uma fascinante sintonia em suas propriedades físico-químicas. Talvez os exemplos mais claros e ilustrativos desses fenômenos possam ser tomados da ciência do carbono após a descoberta dos fulerenos, em 1951, e dos nanotubos de carbono, em 1991.
Os nanotubos de carbono, assunto dessa revisão, são sistemas modelo para a nanociência e a nanotecnologia. Essas novas estruturas de carbono são bastante versáteis para se integrarem a diferentes áreas do conhecimento e são capazes de promover uma inter / multidisciplinaridade muito forte. Hoje, as pesquisas em nanotubos de carbono cruzam as fronteiras da física, da química, das ciências dos materiais, da biologia e desenvolvem-se rapidamente no campo da farmacologia.
Os nanotubos de carbono, quanto ao número de camadas, podem ser classificados em duas formas: nanotubos multicamadas (“multi-wall carbon nanotubes - MWNTs”) e camada simples (“single-wall carbon nanotubes - SWNTs”). Um tipo especial de MWNT é o nanotubo de parede dupla (“double-wall carbon nanotubes - DWNTs”). Uma ou outra forma de nanotubos apresenta-se mais apropriada dependendo da aplicação desejada. Os MWNTs foram observados pela primeira vez por Iijima, em 1991. Dois anos depois, em contribuições independentes, Iijima e colaboradores no Japão e Bethune e colaboradores nos EUA publicaram simultaneamente a síntese dos SWNTs. Recentemente debate-se a quem devem ser atribuídos os créditos da descoberta dos nanotubos de carbono. Entretanto, não há dúvidas que a área de pesquisa em nanotubos consolida-se após o trabalho de Iijima. A Figura 1 mostra imagens de microscopia eletrônica de transmissão (TEM) de MWNTs, DWNTs e SWNTs. O avanço das pesquisas em nanotubos de carbono foi claramente