fumo
Jean Batista Nardi, na sua obra A História do Fumo Brasileiro, coloca como hipótese mais provável que a planta tenha nascido nos vales orientais dos Andes Bolivianos e se difundido no atual território brasileiro através das migrações indígenas, sobretudo Tupi-Guaranis. Quando da chegada dos europeus, o fumo era de uso comum nas tribos indígenas e era cultivado em toda a costa brasileira. No início, os portugueses obtivinham o fumo dos índios através do escambo, sistema de trocas que beneficiava muito mais o colonizador do que os índios. Percebendo que estavam perdendo a terra, os índios reagiram, iniciando-se um longo ciclo de guerras, que marcou as primeiras páginas da História do Brasil e que teve influência direta na produção de fumo.
As primeiras lavouras de tabaco formadas pelos colonos surgiram da necessidade de garantir o consumo próprio. À medida que o mercado foi se formando, colonos portugueses iniciaram o cultivo visando o abastecimento do mercado europeu. Ao contrário da cana-de-açúcar, cultivada em grande escala por fazendeiros, o tabaco foi plantado por colonos em áreas reduzidas desde o início. Durante a ocupação holandesa em Pernambuco (início do século XVII), o fumo produzido ocupou papel importante na carteira comercial de produtos oferecidos pela Companhia das Índias Ocidentais. Com o estabelecimento definitivo dos portugueses no Brasil, começaram a aparecer as primeiras legislações reguladoras da atividade.
Em 1674, foi estabelecido o monopólio português do tabaco (Junta de Administração do Tabaco), significando o início de uma pesada tributação sobre o fumo. O fumo brasileiro passou a ter três destinos principais. O produto considerado de primeira e segunda qualidade era exportado para Lisboa e a maior parte (cerca de 60%) era reexportada para outros países europeus. Uma outra parte, considerado fumo de terceira qualidade, servia também de moeda para o comércio de escravos com a África no período colonial,