Fuga do Campo 14
Shyn Dong hyuk é o personagem mais singular que um amante da literatura encontra, em leitura de algo tão profundo, intenso e aterrador. O cenário é um campo de concentração e trabalhos forçados na Coreia do Norte, país que ainda mantem as bases do comunismo arraigadas em sua sociedade, mesmo após o colapso da União Soviética no final dos anos 90. O campo 14 é um dos poucos campos de concentração para onde os inimigos do Estado são enviados para pagarem por seus “crimes”.
Shyn nasceu de um casamento arranjado entre dois prisioneiros do campo 14. Sua mãe ao que se sabe, foi para no campo 14 por conta de uma falta cometido por um parente. O pai de Shyn acabou sendo preso após seu irmão lograr êxito em escapar do país. Se as autoridades não conseguem prender o fugitivo, os familiares acabam sendo presos em seus lugares acusados pelo crime de traição e enviados para esse cenário mirabolante onde as mais maquiavélicas atitudes tomam conta e permeiam aqueles que ficam sob autoridade da lei norte coreana.
Do casamento nasceu Shyn e seu irmão mais velho, com o qual pouco se dava sua mãe não era muito presente, nem era capaz de prestar-lhe alguma forma de atenção devido as horas intermináveis de trabalho na fazenda do campo 14.
No livro notamos a presença de elementos surpreendentes que permeiam a psique humana. Quando criança, aprendemos a respeitar os mais velhos, a não falar com estranhos, a chorar com outros recém-nascidos, prova disso é a loucura de choros que é um berçário de bebes. Ao longo da vida, vamos galgando simples etapas de aprendizado e com isso temos o nosso caráter forjado. Hoje, a ciência traça uma linha tênue entre caráter e personalidade.
Nascemos com a personalidade e temos um caráter que é o filtro que nos ajuda a ponderar pensamentos, escolhas e decisões a curto, médio e longo prazo. Aprende-se que ficar do lado de quem gostamos é algo intrínseco que deriva do relacionamento que temos com aquela determinada pessoa. Mas,