Frutos

Valdo está no final da vida e seu neto pergunta se ele é feliz. Depois de pensar chega a conclusão que sim, que é uma pessoa feliz. Então, como o garoto mora nos Estados Unidos e ele no Brasil, resolve escrever uma carta ao garoto contando um pouco de sua história, no que acreditava, o que buscava e como a vida tomou seu rumo até ali.

Essa é a história do livro de Moacyr Scliar, Eu Vos Abraço Milhões, começando na década de 30 quando o personagem descobriu a leitura como sua primeira paixão. Essa paixão foi a responsável pela aproximação de Valdo com Geninho, um idealista que acreditava no comunismo como a salvação para as pessoas. Essa amizade fez com que muitas ideias nascessem no pensamento de Valdo.

Então do interior do Rio Grande do Sul, Valdo com menos de 18 anos, parte para o Rio de Janeiro com o objetivo de encontrar o líder do comunismo Astrojildo Pereira para aprender sobre a militância e se filiar ao Partido Comunista. Nessa época o garoto acreditava que a desigualdade social era injusta e queria lutar contra a opressão social.

Quando chega ao Rio de Janeiro, descobre que Astrojildo não está no país e até ele voltar tem que se virar como é possível, pois precisa de dinheiro para sobreviver. Por isso, sua vida toma outro rumo e ele começa a trabalhar e o pior de tudo, trabalhar como operário na construção do Cristo Redentor que para ele era mais um ícone de alienação do povo.

Ele continua acreditando no comunismo, lendo e estudando sobre o tema e também tentando encontrar Astrojildo. Nesse tempo conhece outras crenças, aprende um pouco mais com a vida, reencontra sua mãe e se torna um operário exemplo e de confiança.

O personagem conta a seu neto o que acontece com ele depois que a obra do Cristo Redentor ficou pronta, como seguiu sua vida e o que aconteceu com sua família e como deu continuidade em sua vida adulta. E o autor termina o livro com a frase: “Como é bonito, o Brasil. Como é bom viver. Ai, meu neto. Como é bom