freud o mal estar da civilização
O confronto movido pelo princípio do prazer, uma das forças motrizes de todo o desenvolvimento humano, com as inevitáveis sensações de sofrimento e desprazer, faz surgir uma tendência a isolar do Eu tudo o que pode tornar-se fonte de tal desprazer, a lançá-lo para fora e criar um puro Eu em busca do prazer, que sofre o confronto com um exterior estranho e ameaçador. É através desta luta do homem com o seu mundo exterior que começa a se diferenciar o Eu do mundo externo, começando o ser humano a introduzir o princípio de realidade, que estruturará todo o seu desenvolvimento posterior. A finalidade do princípio de realidade é, no seu confronto com o princípio do prazer, capacitar o ser humano a construir defesas que o protejam dos desprazeres de que o mundo externo o ameaça. Freud tenta explicar as origens do sentimento oceânico, através da religiosidade, dizendo que as origens desse sentimento estão no íntimo do ser humano. Este sentimento seria apenas uma reprodução, em escala menor, daquilo que o ser humano foi na sua origem, um ser ilimitado em suas relações com o mundo, uma vez que