Freud o mal estar da civilização.
Em o mal estar da civilização existem pontos fortes e fracos. A ideia de um meio termo não é fácil de se encontrar visto uma vez que são diagnosticados os campos em que Freud não possui tanta assertividade torna-se fácil presumir que a mescla quase não ocorre em seu texto.
O trabalho diagnóstico é excepcional. A concepção da ideia de “por que as pessoas seriam infelizes” é factual bem detalhada e não deixa lacunas para contra argumentação. A apresentação do sentido da vida como algo subjetivo; a exemplo de seu amigo que gosta do sentimento de oceaniedade proporcionado pela religião, mas que não estaria relacionado diretamente à vida ou a própria religião e sim a fragilidade dos sentimentos, a facilidade com que o ser humano pode ser enganado pelos sentidos. E a ideia de frustração quando o ser volta se para si mesmo e para as suas subjetividades. Em outras palavras não existe uma problematização forçada, a questão abordada existe e, como o próprio autor diz, é extremamente óbvia. Tal é sua forma que as primeiras afirmações são intuitivas.
Mas essa simplicidade, entretanto, não o deixa cair em uma zona de conforto passível de contestações acerca de sua obviedade. O final do seu trabalho quando a postura diagnóstica retorna, Freud conceitualiza o Ego e o Superego a fim de tornar mais tangíveis sentimentos e formas de agir do ser humano e também o motivo de sua infelicidade.
No entanto, se Freud vai bem ao dizer como as coisas funcionam o mesmo não pode ser dito quando o autor trás os “porquês”, (os motivos). É possível notar que existe mais subjetividade do que fatos quando se é exigido do autor que o faça para dar credibilidade ao texto. A tese das origens das civilizações é puramente especulativa isso acaba tirando a credibilidade de boa parte de seu texto que se baseia nessas afirmações. Pior ainda, boa parte de sua tese. Ou a afirmação de que o ser humano está fadado a uma vida viciosa por não