Freud sonhos realização de desejos
Observaremos os sonhos quando os pensamentos oníricos oferecem um material que é oposto completo de uma realização de desejo podendo ser classificados num destes dois grupos:
(A) O trabalho do sonho pode ter êxito em substituir todas as representações aflitivas por seus contrários e em suprimir os afetos desprazerosos ligados a elas. O resultado é um sonho puro de satisfação, uma “realização de desejo” palpável sobre a qual não parece haver mais nada a dizer.
(B) As representações aflitivas, modificadas em maior ou menor grau, mas mesmo assim bem reconhecíveis, podem ganhar acesso ao conteúdo manifesto do sonho.
Esses sonhos de conteúdo aflitivo podem ser vivenciados com indiferença ou acompanhados pela totalidade do afeto aflitivo que seu conteúdo de representações parece justificar, ou podem até levar ao desenvolvimento de angústia e ao despertar.
A análise demonstra que também esses sonhos desprazerosos são realizações de desejo, tanto quanto os demais. Um desejo inconsciente e recalcado, cuja realização o ego do sonhador não poderia deixar de vivenciar como aflitivo.
“Começo indistinto. Disse à minha mulher que tinha uma notícia para ela, algo muito especial. Ela ficou assustada e se recusou a escutar. Garanti-lhe que, pelo contrário, era algo que ela ficaria muito contente em ouvir, e comecei a contar-lhe que o corpo de oficiais de nosso filho enviara uma soma em dinheiro (5.000 coroas?)… algo a respeito de uma distinção… distribuição… Entrementes, eu fora com ela até um quartinho, parecido com uma despensa, procurar alguma coisa. De repente, vi meu filho aparecer. Não estava de uniforme, mas num traje esportivo apertado (como uma foca?), com um bonezinho. Trepou num cesto que estava ao lado de um armário, como se quisesse pôr algo em cima dele. Chamei-o; nenhuma resposta. Pareceu-me que seu rosto ou sua testa estavam enfaixados. Ele estava acomodando alguma coisa na boca, empurrando algo para dentro dela. E seus cabelos estavam