Frase, enunciado e enunciação

FRASE

De acordo com o Dicionário de Termos Linguísticos, a frase é um “elemento teórico abstrato, no interior do qual funcionam outros elementos menores (...), é a maior unidade estrutural no sistema de organização de uma língua”. Essa definição tomou por base a conceituação de Levinson (1983), que foi ainda mais abrangente: “a sentence is an abstract theoretical entity defined within a theory of gramar”. Sabe-se que a frase é um elemento abstrato, pois não opera por mecanismos concretos. A frase citada por Ernani & Nicola (2005), por exemplo: “Feliz Ano-Novo!”, concentra o seu significado em seu contexto, que a fará ter um sentido. Não seria aceitável desejar a outra pessoa um “feliz ano-novo” em meados do mês de agosto, pois todos sabem, pelo que foi convencionado (ainda que não dito), que este tipo de felicitação pressupõe uma situação ideal para ser concretizada. Nesse caso, o réveillon. Ou quaisquer outras, tais como: Feliz Dia das Mães, Feliz Dia das Crianças, Feliz Natal... Todos esses exemplos podem ser denominados como frases, da mesma maneira que “Fogo!”, ou ainda “Choveu muito nas férias de fim de ano.” E o que, então, estes enunciados teriam em comum para que todos pudessem ser chamados de frases? Essa resposta quem formula é Ernani & Nicola (2005), que define a frase como “todo enunciado que possui sentido completo”. Todos os exemplos acima bastavam-se por si mesmos, desde que respeitem seus devidos contextos de uso. “Feliz Natal”, não implica qualquer desdobramento para que possa ser melhor compreendido. “Fogo!”, não sugere divergências a respeito do que deve estar acontecendo. E poderiam alguns dizer que “Choveu muito nas férias de fim de ano” soa mais como uma frase do que as demais, por se tratar de um período maior com a presença de um verbo. Outro critério exposto por Ernani & Nicola para que uma frase seja reconhecida como tal, é o fato de ela não ter necessariamente a presença de um verbo. Os autores ainda acrescentam: