A circulação das pequenas frases na mídia
Daiany Bonácio (PG-UFSCar)
Considerações iniciais
Atualmente, é comum vermos circular na mídia pequenas frases as quais foram retiradas de seu contexto original e que ganharam proporções incalculáveis, sendo capazes de resumir um acontecimento discursivo. A tendência atual, revela KriegPlanque (2011), é de fragmentação, de discursos curtos, devido à rapidez dos fatos. A pequena frase é uma realidade que os jornais, sites, redes sociais ajudam a construir quando publicam as “frases da semana”, “as melhores frases do ano”, etc. e que nos faz perceber que o trabalho de aforização está a todo vapor: nunca as frases ditas e que marcam algum fato foram tão discutidas e divulgadas. Segundo Maingueneau (2011b), o desenvolvimento recente de uma configuração midiática que associou mídia impressa, televisão, internet, celular, etc., aumentou para um nível sem precedentes o destacamento e a circulação de aforizações. Para o autor, algumas chegam ao estado de pandemia. Desse modo, por um curto período de tempo, vemos circular uma sentença com uma frequência muito alta em todas as mídias do momento e que ocupou uma variedade de estatutos: títulos de jornais, sentença na parte inferior da tela da TV, etc. A proposta do presente artigo é trabalhar com as pequenas frases — teoria que está sendo desenvolvida na França por autores como Krieg-Planque e Maingueneau — através da análise de uma pequena frase que circulou em nossa sociedade recentemente “Menos
Luiza que está no Canadá”. Nos últimos tempos, observamos variados sujeitos dando destacabilidade a pequenas frases que são ditas e que se destacam, tomando uma grande proporção e condensando fatos.
A circulação das pequenas frases na mídia
O estudo das pequenas frases é algo novo, sendo pouco explorado no Brasil. Na
França, fonte pioneira, segundo Krieg-Planque e Ollivier-Yaniv (2011), também existem poucos estudos que abordam o tema. A fonte de pesquisa para