franz boaz

783 palavras 4 páginas
BOAS, Franz. A mente do ser humano primitivo. Ed, Vozes, Rio de Janeiro - RJ.

Ao estabelecer a cultura e, portanto, a etnologia como método de análise dos diversos grupos humanos ao redor do planeta, Boas contribuiria para estabelecer a linha de frente contra o discurso de raças, inaugurado nas primeiras teorias evolucionistas no século XIX e tendo na Segunda Guerra o palco mais explícito de sua aplicação prática.
Muito dessa inovação se deve à trajetória bastante peculiar de seu autor. Filho de uma família judia alemã liberal,, durante o curso de física, iniciado em Bonn e, posteriormente, concluído com um doutorado na Universidade de Kiel, o jovem estudante se viu envolvido em diversos duelos, uma prática muito comum na época. Alguns deles, segundo seus biógrafos, motivados por provocações relacionadas à sua origem.
Desse período certamente resultaram a indignação contra as mais variadas formas de preconceito e a lógica analítica de um físico transposta posteriormente para as ciências humanas. Essa transposição começaria a se cristalizar em 1883, após uma temporada de 12 meses vivendo com um grupo indígena ao norte do Canadá. Uma experiência notável para o fim do século XIX (e mesmo em nossos dias), a partir da qual Boas aprendera a relativizar a visão dos grupos humanos. Conforme anotou em seu diário na época, os conceitos de "civilização", "boa sociedade", "educação" e "selvageria" tornavam-se extremamente volátil à medida que convivia mais intensamente com os esquimós.
O último e definitivo ato dessa trajetória seria a mudança para os Estados Unidos três anos depois da sua experiência canadense. Seu primeiro emprego em solo americano seria o de editor-assistente da revista "Science", então uma novidade no mercado editorial acadêmico. O envolvimento de Boas com a antropologia era crescente e dez anos após sua chegada ao país, ele seria convidado para a curadoria das coleções etnológicas no American Museum of Natural History. Mas seria à frente da

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