Fracasso Escolar
1. INTRODUÇÃO
Estudos pedagógicos descrevem as causas do fracasso escolar no cenário educacional brasileiro. Na virada para o século XX, surgiram explicações de cunho médico e com fundamentos racistas. A partir de 1930 até meados dos anos de 1970, a teoria da carência ou deficiência cultural tecia argumentos que atribuíam as causas dos problemas educacionais à criança, entendendo-a como portadora de atraso no desenvolvimento psicomotor, na percepção, cognição, afetividade, e que eram próprios das crianças das camadas populares. Nos primeiros anos da década de 1970 até recentemente, predominaram afirmações relacionadas à teoria da diferença cultural, localizando as origens do fracasso escolar na dificuldade da criança e de seu grupo familiar.
No final da década de 1980 e nos primeiros anos da década de 1990 o enfoque foi modificado e passaram a defender que as condições do sistema escolar é que tem contribuído para a condição da produção do fracasso escolar. O resultado dessa inadequação reflete-se nos altos índices de fracasso escolar, logo no início do processo de escolarização. Essa questão traduz o despreparo de muitos professores ao enfrentarem a diversidade sociocultural de seus alunos, transferindo, como um mecanismo de defesa, as justificativas das dificuldades escolares, tanto para a criança quanto para seu grupo familiar.
O fracasso escolar aparece hoje entre os problemas mais estudados e discutidos na atualidade. Porém, o que ocorre muitas vezes é a busca pelos culpados de tal fracasso e, a partir daí, percebe-se um jogo onde ora se culpa a criança, ora a família, ora uma determinada classe social, ora todo um sistema econômico, político e social.
A sociedade busca cada vez mais o êxito profissional, a competência a qualquer custo e a escola também segue esta concepção. Aqueles que não conseguem responder às exigências da instituição podem sofrer com um problema de aprendizagem. A busca