NÚBIA N. MARQUES
Segundo o integrante da Academia Sergipana de Letras Abelardo Romero, “Máquinas e Lírios” e “Geometria do Abandono” são as duas obras que mais definem com clareza a pluralidade temática e a peculiaridade dos escritos da escritora e poetisa sergipana Núbia Marques. De acordo com Abelardo, Núbia não surgiu apenas como um mero adjunto da poesia Sergipana, mas para enriquecê-la com novas formas de expressão, trazendo uma nova arquitetura para os versos, com um novo estilo de fala e meios bem pessoais de expressão, em uma época onde as obras poéticas eram tão repetitivas que era possível imaginar que seriam de um mesmo autor, quão tamanha eram as imitações.
O idioma utilizado por Núbia era, ao mesmo tempo, agressivo e afetuoso, transitando entre um paradoxo lírico e prosaico, de quando em vez grosseiro, mas sempre carregado de poesia, e sempre, é claro, com um poder peculiar de surpreender o seu leitor. Núbia surpreende desde o título dos seus livros, dando a eles um caráter fabuloso, como também tem o objetivo implícito de romper com moldes poéticos pré-estabelecidos para a poesia da época, libertando-se de convenções estéticas e éticas do domínio da sua escrita. No entanto, ela nunca deixa-se transbordar a essa liberdade, sempre contendo os excessos de sua própria fantasia, medindo os seus versos em uma medida bem inconvencional para época.
Já segundo Nelly Novaes Coelho, da Universidade de São Paulo, a obra mais acentuada de Núbia seria “O Passo de Estefânia”, obra que transita entre o testemunho e o protesto, esse romance é recheado de um caráter denunciador, que segundo Nelly seria a obra madura da autora sergipana. Em analise, Nelly acredita que o livro reside em uma linha tênue entre a escrita documental (experiência real, vivida pela autora) e a escrita ficcional (a transfiguração do ser pessoal, para o ser universal/coletivo). A trama resulta nas experiências frustrantes de um assistente