Reflexão terapeutica sobre a maconha
ENSAIO
Título: MACONHA E SUAS CONEXÕES Autor: OTTO FELIPE DIAS HANAUER Data: 05/11/2012
A maconha (Cannabis sativa) possui uma longa história na medicina, sendo usada desde a antiguidade. Do surgimento na Europa em 1799 até a década de 60 nos EUA, foi usada basicamente como medicação pelos seus efeitos sedativos e no alívio da dor. A partir daí seu uso recreativo aumentou e deixou de ser interesse médico até que na década de 90 houve a descoberta dos canabinóides endógenos, o que apontava novos usos terapêuticos. Com o isolamento de sua estrutura química, foi descoberto seu princípio ativo, o THC (tetrahidrocanabidiol), e mais 65 fitocanabinóides e sua interação com o sistema neurotransmissor. Foram identificados nos neurônios dois tipos de receptores canabinóides (CB1, presente no SNC, e CB2, presente no SNP) e neuromoduladores (anandamida) que regulam as vias dopaminérgicas e serotonérgicas. Endocanabinóides também foram identificados e realizam um processo conhecido como neurotransmissão retrógrada: A anandamida produzida pelo neurônio pós-sináptico é liberada na fenda sináptica onde se liga ao receptor CB1 do neurônio pré-sináptico, inibindo-o. O fumo é o método mais conhecido e a melhor forma de administração para a Cannabis sativa. Normalmente, um cigarro contém entre 0,5 e 1g da erva que veicula cerca de 20g de THC². Devido à dificuldade de quantificar a maconha que atinge a corrente sanguínea, não há doses formais definidas de THC que produzem a dependência³. Os déficits cognitivos, apesar de detectáveis após sete dias de consumo pesado, são reversíveis e relacionados ao consumo recente de maconha e não estão relacionados ao uso cumulativo ao longo da vida. O consumo de maconha provoca efeitos euforizantes, físicos e psíquicos nos usuários. O aumento do desejo sexual, da autoconfiança, da grandiosidade, da
sociabilidade, da