Fracasso Escolar

1.-INTRODUÇÃO

Em geral, pensa-se “fracasso escolar” como dificuldades de aprendizagem, ou como falta de competências ou habilidades por parte do aluno. Mas na realidade, o fracasso escolar envolve muitos fatores, tais como institucionais, culturais e sociais. No que é pertinente aos fatores institucionais, percebemos que algumas formas e normas de excelência conduzem o aluno ao denominado fracasso, tendo como um dos principais pontos a arbitrariedade da escola, sendo que o nível de exigência transforma-se em fator de exclusão, vindo a favorecer alguns, e a desfavorecer outros. Neste contexto, há uma demasiada responsabilidade por parte do aparelho avaliativo, onde as notas não passam de trunfos na “competição” escolar, salientando ainda mais as desigualdades de capital cultural e de hierarquias de excelência. As hierarquias de excelência são representações sociais de certas desigualdades. Já as desigualdades de capital cultural, apresentam-se como capacidades desiguais de compreensão e ação, revelando poder desigual sobre as coisas, seres, e idéias. Perrenoud complementa que (1995: 18):
Nem todos os indivíduos que coexistem em uma sociedade, tanto crianças como adultos, enfrentam as situações da vida, sejam elas banais ou extraordinárias com os mesmos meios intelectuais e culturais. Essa desigualdade existe tanto nas sociedades sem escola como nas sociedades altamente escolarizadas. Mas a emergência da forma escolar modifica o estatuto, a natureza e a visibilidade das desigualdades sociais. Por fim, o sistema de reprovação escolar, faz com que o aluno pertencente às camadas menos favorecidas da população, jamais avancem na escala da educação, ou se avançam, isto ocorre com muitas dificuldades e grandes percas no que diz respeito ao aprendizado. Nasce então, o sistema de progressão continuada e da organização da escola em ciclos, como uma negação da reprovação, e um novo caminho para as oportunidades de ensino. Afinal, é esta a finalidade da