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A partir do momento em que Durkheim atribui a supremacia da sociedade sobre o indivíduo ele parece retirar do indivíduo o seu poder de ação diante do social. Sendo assim, sua teoria evidencia a capacidade de coerção da sociedade e a sujeição do indivíduo a esta. Todos os valores morais do sujeito, os quais, para os filósofos e moralistas, tinham por fonte a consciência individual, a partir de então, passam a serem constituídos e instituídos pela sociedade. Ou seja, trata-se agora de mostrar que o homem também se caracteriza por uma dualidade, de um lado, o ser individual, e de outro, o ser coletivo.
Com efeito, para o autor, a sociedade não existiria sem as consciências particulares, mas essa condição não é suficiente, estas consciências precisam estar associadas, combinadas de certa maneira que resulte na vida social.
Nesse sentido, de acordo com Durkheim, podemos recortar dois tipos de consciência, uma individual e outra coletiva. A primeira diz respeito ao que é particular de cada indivíduo, a outra está relacionada à sociedade, ao grupo ou aos grupos ao qual fazemos parte:
“Segundo o autor [E. Durkheim], possuímos duas consciências: ‘Uma é comum com todo o nosso grupo e, por conseguinte, não representa a nós mesmos, mas a sociedade agindo e vivendo em nós. A outra, ao contrário, só nos representa no que temos de pessoal e distinto, nisso é que faz de nós um indivíduo.’ Em outras palavras, existem em nós dois seres: um individual, ‘constituído de todos os estados mentais que não se relacionam senão conosco mesmo e com os acontecimentos de nossa vida pessoal’, e outro que revela em nós a mais alta realidade,