Fotografia
Fotografia e publicidade: primeiro ato Daniela Palma1 USP, UNIP Resumo A inserção da fotografia na publicidade brasileira aconteceu lentamente, obedecendo um processo de assimilação técnica e criativa da nova linguagem no fazer publicitário. Em um primeiro momento, a imagem fotográfica cumpre o papel de um mero registro “realista” da apararência mais genérica de produtos e estabelecimentos comerciais. Depois, usos mais inventivos foram experimentados, principalmente, através do gênero do retrato. Essas primeiras experiências abriram caminho para a integração mais plena da fotografia na publidade e para o estabelecimento de modelos visuais com roupagem modernista. Palavras-chave Fotografia publicitária; história; estética publicitária; comunicação visual.
Fotografia e publicidade. Há algum tempo, essa dupla parece indissociável, já que a fotografia transformou-se em elemento essencial aos anúncios publicitários que estampam jornais, revistas e cartazes. Afinal, que outra linguagem, que não a fotográfica, nos meios impressos, consegue conjugar com tanta eficácia, do ponto de vista de uma recepção de massa, credibilidade e sedução? No entanto, essa parceira não foi amor à primeira vista. A propaganda demorou a aceitar a fotografia em sua seara. A impressão direta de fotografia era possível desde 1880, quando apareceu o processo de impressão por meio-tom (halftone). Mas, a utilização da fotografia pela publicidade não aconteceu na seqüência. No século XIX, o uso de fotografias na imprensa ainda era muito esporádico, evidenciando que a imagem fotográfica não havia sido assimilada pelas estruturas de funcionamento e circulação jornalística e publicitária. A recusa à fotografia pelos publicitários se dava nas duas pontas: se por um lado, ela era técnica demais para alcançar a fruição artística do desenho, por