Fotografia Documental
Se anteriormente a função da fotografia estava fortemente ligada ao real, hoje pode-se dizer que a imagem, de certa forma, produz o real
O conceito de fotografia documental transmutou; antes era a representação da realidade; hoje, é uma expressão da ou sobre a realidade.
Segundo Boris Kossoy, "o conceito de fotografia e sua imediata associação à idéia de realidade, tornam-se tão fortemente arraigados que, no senso comum, existe um condicionamento implícito de a fotografia ser um substituto imaginário do real".
Fotógrafos como Sebastião Salgado e Henri Cartier Bresson deixam, de fato, uma espécie de assinatura em seu trabalho, ainda que suas imagens sejam reconhecidas pelo caráter documental.
O trabalho de Salgado é permeado por registros de guerra, tragédias ambientais e especialmente por longos projetos documentais sobre a fome e os trabalhadores migrantes ao redor do mundo.
Segundo Nelson González Leal, fotógrafo, jornalista e escritor, "É inevitável que a imagem em Salgado fique atrelada à promessa estética, que o seu conteúdo seja enxergado, assumido, invadido e escrutado, à procura da beleza, da elegância e do exotismo, por mais atroz que seja o fato captado pelo fotógrafo, isso faz parte da deliciosa e surpreendente realidade daquela fotografia, na qual ética e estética brigam por um lugar de privilégio, apesar da intenção primeira do fotógrafo e contra qualquer prerrogativa do espectador".
Por sua vez, as imagens do fotojornalista Henri Cartier-Bresson, também tratam de questões do cotidiano mas com uma abordagem que difere essencialmente da adotada por Sebastião Salgado.
Bresson captura quase sutilmente o cotidiano, de uma maneira que não fere ou agride os olhos do espectador tão incisivamente quanto