PinHole e o Fotodocumentarismo Contemporaneo

1. Introdução:
Este trabalho tem como intenção, revelar de forma prática e conceitual como a lomografia e o processo de revelação artesanal podem configurar-se como uma alternativa ao processo digital no que diz respeito ao fotodocumentarismo contemporâneo. Para essa tarefa será realizado um fotodocumentário sobre uma família sem consanguinidade, dois idosos e um filho adotivo de doze anos, três vidas ligadas por laços afetivos, uma formatação moderna de família. Os ambientes de vivência - a casa, o sítio e os objetos que o cercam – são uma mescla entre o antigo e o novo, o que reflete possivelmente as suas personalidades.
Lomografia foi um termo que surgiu em 1992 quando um grupo de vienenses redescobriu uma câmera fotográfica simples feita de plástico maciço da empresa soviética LOMO, a “LCA” e iniciou um movimento fotográfico tendo o acaso, a imprevisibilidade e a espontaneidade como princípios. Fotografavam tudo que lhe chamava a atenção, sem preocupação com enquadramentos ou foco. A lomografia se tornou genérica e abraçou qualquer câmera de baixo custo que possibilite experimentação. Em 1995 foi fundada a sociedade lomográfica e a LCA voltou a ser fabricada, desde então varias embaixadas estão surgindo no mundo, consolidando o método no campo fotográfico.
A fotografia lomográfica nos remete a um campo do imaginário, que busca a experimentação de materiais e processos, alcançando distorções e interferências na imagem final. Essas alterações na foto nos transportam para outra realidade, desprendendo o observador da noção de registro objetivo do real.
Seja documentário ou ficção, o todo é sempre uma grande mentira que contamos. Nossa arte consiste em contá-la de modo que acreditem nela. Se uma parte é documentário e outra parte é reconstituição, isso diz respeito ao método de trabalho, não ao público. O mais importante é alinhar uma série de mentiras de modo a alcançar uma verdade maior. Mentiras irreais, mas de algum modo verdadeiras. É isso que