Fotografando o Brasil
O Serviço Social brasileiro e a conformação do Projeto Ético-Político
De acordo com Netto (2009) o atual projeto ético político do Serviço Social brasileiro teve sua discussão iniciada na transição dos anos de 1970 a 1980, período em que o Serviço Social viveu um momento de recua e crítica do conservadorismo profissional. Devido à ditadura no Brasil, implantada em 1964, a classe trabalhadora, descontente com o modo vigente de poder, reapareceu na cena política, por meio das movimentações e mobilizações do povo, que lutavam pelo fim da ditadura e pela democratização do país. Em meio a essas transformações no país o Serviço Social se identificou com a camada operária sendo possível então ao campo do Serviço Social a constituição de um novo projeto profissional, contudo sendo heterogêneo e não tendo o mesmo comportamento, nem todos queriam a ruptura, no entanto os profissionais críticos se mobilizaram contra a política, “os segmentos mais dinâmicos vincularam-se ao movimento dos trabalhadores e, rompendo com a dominância do conservadorismo, conseguiram instaurar na profissão o pluralismo político” (NETTO, 2009, p.150). A conquista da democracia, a modificação no corpo profissional, com o acréscimo de profissionais da classe média, possibilitou à categoria a disputa entre projetos societários10 distintos aos interesses da classe dominante. Além disto, nos anos de 1970, “o Serviço Social legitimou-se no âmbito acadêmico, surgiram os cursos de pós-graduação (primeiro os mestrados e depois, nos anos oitenta, os doutorados; também foram fomentadas as especializações)” (NETTO, 2009, p. 151). A acumulação teórica realizada pelo Serviço Social favoreceu o processo de tentativa de ruptura com o conservadorismo profissional, pois as matrizes teóricas e metodológicas utilizaram vertentes críticas, na qual se destaca a tradição marxista. Com isso instaurou-se, também, no plano teórico o pluralismo, que permitiu aos profissionais de