Forças de transformação do ecossistema amazônico
Antonia M. M. Ferreira; Enéas Salati
RESUMO
NOS 470 anos iniciais da colonização da Amazônia brasileira, apenas 1% da área foi desmatada. Porém, nos últimos 35 anos (1970-2005) o desmatamento já atinge 17% da região e a população aumentou de dois milhões para mais de 20 milhões de habitantes.
Hoje, a colonização da Amazônia brasileira encontra-se em uma fase sem paralelo de expansão na qual os incentivos fiscais passaram a desempenhar um papel secundário, ou seja, o governo como indutor do desenvolvimento foi substituído pela iniciativa privada cujas atividades econômicas tornaram-se lucrativas. As principais forças de transformação são decorrentes de demandas internas do País, especialmente da região centro-sul, bem como do mercado internacional.
As atividades principais responsáveis pela transformação são exploração madeireira, pecuária, produção de grãos, extração mineral, produção de energia hidroelétrica e prospecção de petróleo e energia. Essas atividades foram incentivadas com a implantação de um complexo sistema viário que cruza a Região de Norte a Sul e de Leste a Oeste, substituindo e auxiliando no transporte que antigamente só era feito através dos grandes rios navegáveis.
Palavras-chave: Forças de transformação; colonização; população; desmatamento.
ABSTRACT
DURING THE first 470 years of the colonization of the Brazilian Amazon, only 1% of the area was deforested. In the last 35 years (1970-2005), however, deforestation has already claimed 17% of the region, whose population increased from two million to over 20 million people.
Today, the colonization of the Brazilian Amazon finds itself in a stage of unparalleled expansion, even if fiscal incentives now play a secondary role. In other words, government-driven development has been replaced by private initiatives whose economic activities have become profitable. The main forces of transformation derive from the