Formações Imaginárias
Segundo Eni Orlandi em Análise de Discurso, podemos ter muitas e diferentes possibilidades regidas pela maneira como a formação social está na história. Assim, percebemos no filme “A Verdade Nua e Crua” as formações imaginárias em que o papel do homem e o papel da mulher possuem na nossa sociedade. O homem visto como um “ser superior”; com entendimento dos relacionamentos amorosos maior do que o das mulheres; “galinha”; “pegador”; típico machista em que as mulheres, ao serem tratadas como objetos, correm aos seus pés. Já a mulher vista como feminista ao extremo, de uma forma exagerada e cômica; neurótica; controladora; inferior; com a carreira bem sucedida e, por consequência, a vida sexual decadente, e por isso procura desesperadamente por um homem perfeito, que segue todos os requisitos de uma lista. Então, esse homem “machista” ajuda a mulher “feminista” a conseguir seu “homem perfeito”, escondendo todas as características que lhe foi dada no início do filme, para que o “homem perfeito” tenha a “mulher perfeita”. Assim, o filme termina, como era de se esperar, com a mulher “feminista” se rendendo aos encantos do homem “machista”. Aliás, tipo de final das comédias românticas, em que sempre a mulher tem seu final feliz ao lado do homem que deu várias bolas fora durante todo o filme. São as Relações de Força em que o papel que o sujeito se encontra é constituído do que ele diz e seus poderes se fazem valer na “comunicação”: a fala do homem vale (significa) mais do que a da mulher em nossa sociedade.