Formação profissional em saúde no Brasil: impasses e perspectivas
No dia 20 de março de 2014, foi realizado no auditório da ENSP, uma mesa redonda com os professores Naomar Filho (UFBA), Ruben Mattos (UERJ) e o presidente da FIOCRUZ, Paulo Gadelha.
O professor Naomar traz a temática dos “Impasses e perspectivas da formação profissional no Brasil” e inicia sua apresentação destacando que a minoria social tem acesso a melhor qualidade de serviços e ao ensino de melhor qualidade, enquanto aqueles que tem renda menor, pagam mais tributos e tem acesso a serviços públicos deficientes. Para atenuar esse ciclo, políticas públicas são desenvolvidas como, por exemplo, o Programa de Saúde da Família e o Programa Mais Médicos.
A utopia do padrão de profissionais em saúde no Brasil é notória, por isso é vasta a normatização das diretrizes curriculares na tentativa de melhorar o modelo de formação. Infelizmente grande parte dessas diretrizes ainda não são seguidas pelos cursos, mas existe uma perspectiva para mudanças. Uma das propostas apresentadas é um novo modelo de formação (Bacharelado Interdisciplinar) que será implantado no Sul da Bahia, onde o aluno termina o ciclo com a Pós graduação.
Em seguida, o professor Ruben ressalta a necessidade de mudar as práticas do SUS na ponta e fala da invisibilidade tanto de pacientes quanto de profissionais nos serviços de saúde. Ele faz um apontamento dizendo que uma das estratégias de formação é ensinar a capacidade de ver o outro pois todo conhecimento tem um ponto cego de ignorância que abre a possibilidade de outros olhares.
No desfecho do debate, Paulo Gadelha aborda os desafios de formação de recursos humanos para o SUS, e traz uma reportagem do jornal O GLOBO, de 1979, com o tema: “Cursos não formam médicos para a profissão” contextualizando historicamente que esse assunto vem sendo discutido no Brasil ao longo de muitos anos. Não há dúvida que a falta de médicos e a má distribuição desses profissionais no