Formação pedagogica
Todos nós, ao longo da vida, desempenhamos em maior ou menor frequência, mais ou menos conscientemente, a função de «formador». Seja de forma perfeitamente consciente ou simplesmente no contacto ou convívio com as pessoas com quem interagimos, procuramos com as nossas palavras e acções influenciar, num certo sentido, as acções dos outros, procurando ajustá-las aos nossos próprios padrões, seja de pensamento ou de comportamento, que consideramos, inevitavelmente, os mais correctos. Contudo, se as nossas tentativas de influência consistirem na explicação das nossas razões e maneiras de pensar apelando à compreensão e reflexío dando, no entanto, a liberdade de escolha, ajustada ao modo de ser e de estar de cada um, esse é um comportamento formativo no sentido próprio do termo: isto é, proporcionar e facilitar o desenvolvimento pessoal, a capacidade de iniciativa, discernimento e decisão, através do fornecimento de elementos e de instrumentos que possibilitem uma análise pessoal e uma escolha consciente. Só assim desenvolveremos uma actividade verdadeiramente formativa.
Durante muito tempo, um formador era visto antes de mais como um especialista dos conteúdos, que lhe conferia um determinado carisma, que devia possuir talentos de orador. Esta concepção tem evoluído significativamente nos nossos dias, embora não tenha desaparecido completamente. Formar é um trabalho de profissional que apesar de acarretar consigo uma certa parte de intuição e arte, também exige, para ser eficaz, competências específicas. Formar é uma profissão que assenta em actos técnicos, compreendendo uma parte que pode ser descrita, operacionalizada e aprendida.
Cada vez mais, a variedade e complexidade das situações de formação exigem do formador uma grande capacidade de adaptação, dando-lhe a possibilidade de explorar as suas especificidades através de decisões adaptadas. O formador, quer exerça essa actividade a tempo inteiro ou não, desempenha e regula o processo de