formação dos estados modernos
Para a nobreza, era importante um poder que pudesse garantir segurança. Justamente por isso, John Locke, um dos precursores do Iluminismo, viria afirmar séculos depois que o Estado surgiu para garantir a vida e a propriedade privada.
O clero, além de possuir as mesmas preocupações da nobreza, também encontrara no Estado uma forma de manter sua hegemonia política e ideológica ao apoiar o Estado que surgira em torno da figura do rei.
Já a burguesia encontrou na própria centralização política o impulso para suas atividades comerciais. Aos poucos ia se transformando no principal parceiro econômico da monarquia e, graças a isso, conseguiu colher seus frutos. O estabelecimento de fronteiras, idioma, moeda nacionais e um imposto único ajudaram a fortalecer os burgueses.
O quadro estava pronto para que o processo de centralização fosse iniciado. De fato seria o Estado Nacional o principal agente patrocinador do ambicioso projeto de expansão marítima e comercial europeia que iria ampliar os horizontes geográficos da Europa ocidental e superar a crise que se instaurou através de uma política mercantil de colonialismo e metalismo.
A crise e a consequente formação dos Estados modernos europeus fazem parte de um lento processo de transição da Idade Média para a Idade Moderna. Outros fatores serão muito importantes para que tal fenômeno seja concretizado e nós os estudaremos em outro capítulo.
1. A formação dos estados nacionais e as oligarquias na América Espanhola após a Independência
O processo de formação dos países latino-americanos foi marcado pela instabilidade política. A substituição das antigas colônias espanholas por nações independentes apresentou dois problemas básicos: constituir Estados soberanos e organizá-los em meio às mais variadas tendências