fordismo, sua crise e o caso brasileiro
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CADERNOS DO CESIT
(Texto para discussão n. 13)
O FORDISMO, SUA CRISE E O CASO BRASILEIRO
Cândido Guerra Ferreira*
Campinas, março de 1993
*
Pesquisador do CESIT – Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho do Instituto de
Economia/UNICAMP e Professor do CEDEPLAR/UFMG.
I - O FORDISMO, SUA CRISE E O CASO BRASILEIRO
Cândido Guerra Ferreira
O debate acerca da crise econômica contemporânea, seus desdobramentos e as possíveis saídas para a mesma (emergência de novos paradigmas ou modelos), tem freqüentemente colocado como ponto de referência importante a problemática construída pela chamada "escola francesa da regulação" e, em particular, o conceito de "fordismo" e a interpretação/diagnóstico desta crise como uma crise de esgotamento do fordismo (voltaremos à questão da crise a seguir).
Não são raros, por exemplo, os autores que, ao tentarem desenhar sistematicamente o cenário atual no tocante às saídas que se vislumbram ou os novos paradigmas emergentes, formulam tal cenário em termos de um confronto entre "néo-fordismo" (ou "neo-taylorismo") e
"pós-fordismo", e procuram enquadrar os diversos "modelos" ou trajetórias presentes ("toyotismo",
"especialização flexível", kalmarismo, etc.) em uma destas categorias dominantes. Sendo que nas saídas de caráter "néo-fordista" os aspectos que constituem uma continuidade em relação ao paradigma fordista predominariam sobre os elementos de ruptura, enquanto que nas saídas consideradas como "pós-fordistas" ocorreria o inverso; ou seja, os aspectos inovadores seriam dominantes, apontando portanto para uma configuração realmente nova em relação ao fordismo.
I.1 - "Fordismo": dois significados diferentes
Convém no entanto, assinalar que esta