Flúor odontológico
Pelo fato de que seu efeito na prevenção da cárie ter sido descoberto ingerindo água fluoretada, atribui-se o flúor basicamente incorporado no esmalte a razão pelo qual havia um menor número de dentes cariados nas regiões com água fluoretada. Desta maneira difundiu-se o conceito de dente resistente à cárie em função da sua composição química do esmalte, e especificamente em relação ao F significaria que quanto mais flúor tivesse um dente menos seria ele solúvel aos ácidos da placa dental e, portanto, obter-se-ia maior redução de cárie.
Mecanismo de ação
No entanto, isto foi conduzido por um raciocínio elementar sendo supervalorizado. Uma série de observações dão hoje uma nova concepção em como o F age controlando o processo de cárie. Assim:
1. Na realidade o dente de um indivíduo que ingeriu água fluoretada não é composto de fluorapatita (FA), pois se assim o fosse ele teria 38:000 ppm, e, no entanto encontra-se no esmalte em média 100 ppmF com o máximo de 3000 ppmF na superfície dental.
2. Na realidade, no esmalte de quem ingeriu água fluoretada tem-se apatita fluoretada (AF), cujo comportamento físico-químico de solubilidade é o mesmo da HA.
3. Pessoas que nasceram e viveram em região de água fluoretada quando da paralisação da fluoretação da água ou devido a se mudarem-se para outra região sem água fluoretada passaram a ter uma experiência de cárie como se não tivessem ingerido o flúor, isto é, o F incorporado no esmalte não confere resistência à cárie.
4. Atualmente, no mundo industrializado e desenvolvido, não há diferença de prevalência de cárie dental quer tenha-se ou não água fluoretada.
5. O efeito dos métodos tópicos em reduzir cárie não está relacionado à quantidade de F incorporado ao esmalte.
6. Simulando o processo de cárie dental, a simples presença de F nas soluções ácidas subsaturantes de Ca x P reduz a solubilidade do esmalte.