Florianópolis, um olhar sobre o futuro
Artigo de Sílvio Hickel do Prado - Arquiteto e Urbanista, coordenador do curso de arquitetura e urbanismo da Unisul (Unisul, 08/08/2008)
Observando trabalho encomendado pelo grupo gestor do novo Plano Diretor Participativo de Florianópolis e, participando de algumas atividades organizadas pelo Floripa2030, bem como a observação da ocupação de nossa Ilha ao longo do tempo, tomamos a liberdade de externar aos leitores alguns pensamentos.
Observamos ao longo dos tempos um planejamento urbano quando não, incipiente, sempre atrasado cronologicamente, sempre “apagando incêndios”, mais recentemente olhando para o futuro, porém com as limitações naturais impostas pelo poder público, como um corpo técnico reduzido nos órgãos de planejamento e um aparelhamento insuficiente e ineficiente do mesmo, para fazer cumprir as leis existentes.
Em uma capital com altos índices de construções e loteamentos clandestinos, onde a ocupação das encostas e das várzeas ocorre durante o dia, sem sofrer qualquer tipo de fiscalização e repressão, e muitas vezes com a condescendência de políticos e do próprio poder público, quando não incitados por estes, torna-se um exercício difícil pensar no futuro, mas vamos lá é possível, viável e necessário.
Chamam a atenção os números para Florianópolis no ano 2050, segundo o trabalho encomendado para dar suporte à elaboração do Plano Diretor Participativo, Florianópolis totalizará 876.159 habitantes, sendo 148.866 no continente e 727.293 na Ilha.
Será que poderemos atender com qualidade de vida (educação, transporte, saúde, água e esgoto, eletricidade, vias públicas, parques, praças e jardins, lazer, esportes…..) toda essa gente?
Vamos imaginar no verão, distrito de Ingleses, com aproximadamente 65.000 habitantes fixos e mais 140.000 de população flutuante, totalizando aproximadamente 205.000 habitantes (projeção para 2050), será isso possível, viável, bom para a cidade? Com a palavra o leitor.
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