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A Mala de Hana e a Boneca Viajante: história, narração e literatura infantil
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Gladir da Silva Cabral*
Eloisa da Rosa Oliveira**
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Este artigo propõe a leitura das obras Kafka e a boneca viajante, de Jordi Sierra i
Fabra (2008), e A mala de Hana: uma história real, de Karen Levine (2007), a partir de dois textos fundamentais do pensamento de Walter Benjamin (1994a, 1994b): O narrador e Sobre o conceito de História. Examinamos as obras avaliando a importante função do narrador dentro delas, a concepção de história inserida em cada enredo, as questões referentes à identidade cultural e, por fim, a representação da infância. Esta pesquisa nos levou a perceber que o exercício da narrativa ainda pode ser encontrado nos tempos atuais, seja como forma de resistência às pressões e violências sociais, seja como recurso de reconstrução da memória e da subjetividade. Ao mesmo tempo, ficou evidente o modo como essas narrativas atuam como instrumentos de representação e construção da identidade cultural. Elas testificam que é pela linguagem, no diálogo, em sociedade, que o eu se constrói. Os dois livros também parecem confirmar a noção de que a infância produz cultura e, portanto, têm uma importante contribuição a dar à sociedade e à história.
Palavras-chave: Literatura Infantil. História. Narração.
* Doutor em Letras – Inglês e Literatura Correspondente pela Universidade Federal de Santa
Catarina – UFSC. Professor do curso de Letras e no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC.
** Mestranda em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.
3(563(&7,9$, Florianópolis, v. 30, n. 3, 891-907, set./dez. 2012
http://www.perspectiva.ufsc.br
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Gladir da Silva Cabral e Eloisa da Rosa Oliveira
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Karen Levine é uma escritora canadense