Florestan Fernandes
"Afirmo que iniciei a minha aprendizagem sociológica aos seis anos, quando precisei ganhar a vida como se fosse um adulto e penetrei, pelas vias da experiência concreta, no conhecimento do que é a convivência humana e a sociedade”
Florestan Fernandes
Vida: Florestan Fernandes nasceu em 1920 em São Paulo, filho de uma imigrante portuguesa analfabeta, que o criou sozinha, trabalhando como empregada doméstica. Aos 6 anos, Florestan também começou a trabalhar, primeiro como engraxate, depois em vários outros ofícios. Mais tarde, ele diria que esse foi o início de sua aprendizagem sociológica, pelo contato que teve com os habitantes da cidade. Aos 9 anos, a necessidade de ganhar dinheiro o fez abandonar os estudos, que só recuperaria com um curso supletivo. Aos 18, foi aprovado para o curso de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo e, por essa época, iniciou sua militância em grupos de esquerda. Depois do golpe militar de 1964, Florestan enviou uma carta à polícia protestando contra o tratamento dado a seus colegas presos e foi, ele também, para a prisão. Em 1969 foi cassado pelo regime militar. Sem poder trabalhar, deixou o Brasil e lecionou em universidades do Canadá e dos Estados Unidos. Depois da redemocratização, filiado ao Partido dos Trabalhadores, elegeu-se deputado federal em 1986 e 1990. Florestan morreu em 1995, de câncer.
Obras: Florestan Fernandes é considerado o criador da sociologia crítica no Brasil. Possui mais de 50 obras publicadas, dentre elas podemos citar:
- A Organização Social dos Tupinambás (1949)
- A Função Social da Guerra na Sociedade Tupinambá (1952)
- Método de interpretação Funcionalista na Sociologia (1953)
O sociólogo, com seu estilo de pensamento analítico e crítico, reinventou a pesquisa sociológica no país. Pode-se dizer que o que Florestan fez foi transformar a maneira de se realizar a investigação sociológica.
Faleceu a 10 de agosto de 1995, em São Paulo.
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