Flexibilidade
A nova economia política que respaldou a repulsa à burocracia e a busca da flexibilidade, entretanto, produziu novas estruturas de poder e controle e consiste em três elementos:
a) Reinvenção descontínua de instituições– Trata da ruptura (quase irreversível, no meu entender) da forma com que tudo acontece nas organizações, na busca de uma reinvenção decisiva e irrevogável, descontinuando o presente do passado. Mais ou menos um divisor de águas. Para tanto, o autor coloca a adoção da tecnologia como forma de ampliar o controle sobre um maior número de subordinados, por um menor número de administradores (desagregação vertical).
A reengenharia (fazer mais com menos) implica redução de empregos e estabelece uma relação direta com a desigualdade. Entretanto, na maioria das vezes o processo de reengenharia fracassa, porque com a redução de pessoal, as empresas tornam-se disfuncionais, os planos comerciais são descartados, os benefícios esperados duram pouco, enfim, a organização perde o rumo.
As mudanças revelam-se incongruentes e divergentes (até conflitantes). Entretanto, essas experiências de ineficiência e desorganização não significam que essas mudanças radicais não façam sentido, nem que seja pelo preço das ações, que dispara em instituições em processo de reorganização (como se qualquer mudança fosse melhor do que permanecer como antes).
b) Especialização flexível de produção – O objetivo é colocar, cada vez mais rápido, uma variedade maior de produtos no mercado. Piore e Sobel (p. 59) chamam este sistema de “estratégia de inovação permanente: adaptação à mudança