Flexibilidade organizacional
Flexibilidade organizacional e práticas de gestão de recursos humanos: Estudo de caso numa empresa de fabrico de componentes para automóveis.
Maria Amélia Marques 1
Partindo do pressuposto que a flexibilidade organizacional, e as vantagens competitivas obtidas, dependem essencialmente das opções estratégicas das organizações e particularmente da forma como estas as articulam com o conjunto de práticas de gestão de recursos humano, a presente comunicação pretende analisar, através de um estudo de caso numa empresa do subsector de fabrico de veículos automóveis o grau de congruência e de integração das práticas de gestão de recursos humanos e os impactos das mesmas na qualificação/desqualificação dos recursos humanos, entendido este consensualmente como factor-chave da competitividade. 1. Breve evolução das práticas de gestão de recursos humanos O crescente interesse pela problemática da gestão de recursos humanos (GRH), e em particular a necessidade de conceptualizar modelos que sistematizem as práticas de GRH, devese globalmente a três ordens de razões (Tyson, 1995, Cit in Neves, 2002): uma primeira, de natureza social, resultante do facto da GRH enquanto gestão do emprego ser determinante para o funcionamento da sociedade; uma segunda, de natureza política, relacionada com a forma como as relações de poder inerentes ao trabalho e ao emprego, bem como as relações entre trabalho e recompensas, terem fortes impactos nos problemas sociais; e, uma terceira, de natureza cultural, que se prende com o facto da GRH ter como principal contributo assegurar, no contexto organizacional, o exercício da autoridade, a definição dos papéis e a partilha de valores e objectivos comuns, entre outros. Genericamente, os modelos normativos de GRH podem ser classificados de “hard” e “soft” (Storey, Cit in Caetano e Tavares,