flexao
Noções gramaticais muito diferentes são expressas através da flexão verbal em português. De um lado, as de tempo e modo, indicando, respectivamente, o momento em que ocorre o processo verbal e a atitude do falante (de certeza, impossibilidade, solicitação etc.) em relação ao fato que enuncia; de outro lado, a de pessoa, assinalando na forma do verbo, a pessoa gramatical do sujeito, entendido como o termo sobre o qual recai a predicação. Essa segunda noção, não propriamente verbal, implica também na indicação do número, singular ou plural, desse sujeito.
Ao lado das categorias de tempo e modo, coexiste outra complementar: a de aspecto, entendida, comumente, como a propriedade que tem uma forma verbal de indicar a duração do processo. Em nossa lingua, como nas demais línguas românicas, a base do agrupamento das formas verbais faz-se, primariamente, em função do tempo, mas, no pretérito, manteve-se a oposição, existente em latim, entre imperfeito, aspecto inconcluso, e perfeito, aspecto concluso. O aspecto, dado seu caráter secundário na morfologia do português, será tratado apenas quando das considerações acerca do modo e do tempo.
O modo indicativo exprime atitude de certeza relativa do falante perante o processo que enuncia e aparece acumulado com as noções de tempo presente, pretérito ou futuro.
O indicativo presente (ldPr) exprime um processo simultâneo ao ato de fala ou um fato costumeiro, habitual. E usado frequentemente com valor de passado (presente narrativo ou histórico) ou de futuro.
O pretérito ou passado (ld Pt) exprime um processo anterior ao ato de fala e manifesta-se através do imperfeito (ld Pt1), do pretérito perfeito (ld Pt2) e do mais-que-perfeito (ld Pt3).
O imperfeito (ld Pt1) exprime um processo passado com duração no tempo, indicando concomitância ou habitualidade, sendo usado, também, para indicar fatos passados, concebidos como contínuos ou permanentes. Muitas vezes é empregado metaforicamente para expressar