Fisiocracia
A escola fisiocrática surgiu no século XVIII e é considerada a primeira escola de economia científica. Surgiu como uma reação iluminista ao mercantilismo, um subproduto do absolutismo que dava ênfase à indústria e ao comércio voltados para a exportação. Ao contrário, os fisiocratas consideravam a agricultura como fonte original de toda riqueza, porque somente ela permitia larga margem de lucros sobre um investimento pequeno. A terra era a única verdadeira fonte das riquezas. As outras formas de produção estavam meramente transformando produtos da terra, com menor margem de lucro. Os produtos da agricultura deveriam ser valorizados e vendidos a alto preço e os proprietários de terras reconhecidos com os verdadeiros promotores da riqueza do país e respeitados como tal.
A palavra "fisiocracia" indica a idéia fundamental de governo da natureza e liberdade de ação (de onde a famosa frase laissez faire, laissez passer) em oposição às complexas regulamentações governamentais que regiam o mercantilismo. O promotor dessa revolução contra o mercantilismo foi François Quesnay, médico da corte de Luís XV. Sua teoria apareceu em seu livro Tableau Economique("Quadro Econômico"), de 1758, que mostrava esquematicamente as relações entre as diferentes classes econômicas e setores da sociedade, e o "fluxo de pagamentos" entre elas. Com o Tableau, Quesnay criou o conceito de equilíbrio econômico, uma concepção tomada como ponto de partida nas análises econômicas desde então. A poupança era potencialmente prejudicial porque, não aplicadas, podia perturbar o equilíbrio do fluxo de pagamentos.
Segundo Quesnay, existe uma ordem natural e essencial das sociedades humanas, que é inútil contrariar com leis, regulamentos ou sistemas. Seu primeiro discípulo importante foi Victor Riqueti, Marquês de Mirabeau, que escreveu Explication du "Tableau économique" ("Explicação do 'Quadro Econômico' ") de 1759, Théorie de l'impôt ("Teoria do Imposto"), de 1760; e Philosophie