Filósofo - david hume
Como sempre acontece nessas ocasiões, o “espetáculo” só não é mostrado ao vivo e à cores, mas tudo que cerca a execução daquele ser humano que se quer banir do convivio social é exibido com riqueza de detalhes. O local da execução, a cela assepticamente limpa, a cama onde o condenado será amarado por grossas correias e receberá a dose letal de uma combinação de drogas anestésicas, e o vidro atrás do qual testemunhas especialmente convidadas assistirão ao sacrifício imposto pela sociedade a quem cometeu um crime.
Nos EUA, onde a pena de morte ficou algum tempo desativada enquanto a Suprema Corte examinava a “legalidade” do uso da injeção intravenosa, já vigoraram o enforcamento, a cadeira elétrica, a câmara de gás e até o fuzilamento. No fim de algum tempo, especialmente depois que um condenado foi queimado vivo numa cadeira elétrica, médicos e juristas optaram pela injeção considerando que era uma maneira de matar causando "menos sofrimento" ao executado.
De maneira suave ou não, a morte de uma pessoa, por pior que tenha sido seu crime, é sempre uma demonstração de crueldade. É quando a sociedade se iguala ao criminoso numa espécie de olho por olho, dente por dente.
Particularmente sou contrário à pena de morte por vários motivos, mas principalmente pelo argumento acima, pela maneira fria e calculista como a sociedade arma o carrasco do instrumental que vai tirar a vida do condenado em poucos minutos.
Sei que a coluna vai receber inúmeros comentários, certamente os favoráveis à pena de morte serão maioria, sobretudo daqueles leitores que já tiveram um parente ou amigo